Apesar da continuidade de crescimento do saldo acumulado da poupança financeira dasfamílias desde o início da pandemia e até agosto de 2022, tem havido considerável queda dos seus fluxos trimestrais e principalmente dos saldos dos depósitos de poupança neste ano. O objetivo desta Nota é identificar os principais fatores explicativos dessa queda dos depósitos de poupança e verificar esse movimento ocorre com a mesma intensidade nos grupos de depositantes com diferentes níveis de renda.
A análise da movimentação da carteira de ativos financeiros das famílias no ano de 2022, até o mês de agosto, mostra que o acentuado aumento das taxas de juros é o principal fator do forte movimento de realocação de recursos para alternativas de aplicações em renda fixa de maior rentabilidade. Os saques dos depósitos de poupança foram especialmente significativos, equivalentes a mais de 9% do saldo existente em dezembro de 2021, movimento esse certamente correlacionado com a acentuada perda de rentabilidade relativa dessa alternativa
de aplicação em relação a outros ativos de renda fixa, em sua maioria indexados ao CDI.